A CASA DA MÃE JOANA
"Isso aqui tá parecendo a casa da mãe Joana"'. Essa frase teve origem no século 14, quando uma mulher abriu uma casa na qual podia-se fazer de tudo. Essa mulher, obviamente, chamava-se Joana e era a condessa de Provença e rainha de Nápoles. Em 1347, aos 21 anos, Joana regulamentou os bordéis da cidade de Avignon, onde vivia refugiada. A jovem sempre teve uma vida cheia de confusões. Depois disso, casa da mãe Joana tornou-se sinônimo de prostíbulo e de lugares em que a bagunça, a farra e a promiscuidade predominavam.
FEITO NAS COXAS
Essa é brasileira. Na época da escravidão no Brasil, os escravos doentes ou impedidos de alguma forma de realizarem trabalhos pesados eram destinados a realizar uma tarefa teoricamente fácil. Eram os responsáveis por moldar em suas coxas o barro quente que seria utilizado como telhas. O problema é que cada escravo tinha a coxa de tamanho e formato diferentes e, por isso, as telhas eram desiguais. Quando o telhado era montado, ficava torto e com a aparência de que tinha sido malfeito. Daí o surgimento da expressão. Quando alguém faz algo sem muito zelo ou sem qualidade, costuma-se dizer logo que aquilo foi feito nas coxas.
OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE
Essa expressão está registrada num dos 282 artigos do Código de Hamurabi (1792- 1750 a .C.).
Hamurabi instituiu a vingança como preceito jurídico no Império Babilônico. É baseada também na lei de talião, que está presente em livros da Bíblia e prescreve ao transgressor a pena igual ao crime que praticou. Esse princípio ainda é utilizado em muitos países do Oriente.
SE A MONTANHA NÃO VEM A MAOMÉ, MAOMÉ AI À MONTANHA
Maomé (570-632), profeta e fundador do Islamismo, ensinava seus seguidores islâmicos a preferirem o simples ao complicado. A frase foi pronunciada quando Maomé tentava converter um grupo de árabes que o desafiaram a mover o Monte Safa para perto de si. Maomé tentou, mas não conseguiu. Foi até a montanha e disse ter recebido uma graça de Deus por não ter conseguido o milagre. Ele acreditava que se a montanha viesse aos incrédulos, mataria todos ali reunidos.
ELES, QUE SÃO BRANCOS, QUE SE ENTENDAM
Foi o começo de uma das primeiras punições que o racismo sofreu, ainda no século 18. Um capitão do regimento queixou-se a seu superior, um português. O capitão reivindicava a punição de um soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu a seguinte frase:
"Vocês que são pardos que se entendam" . O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, o 12º vice-rei do Brasil, dom Luís de Vasconcelos (1742-1807). Depois de saber do ocorrido, dom Luís mandou prender o oficial português.
- Preso, eu? Por quê? - estranhou o oficial
- Nós somos brancos, cá nos entendemos - respondeu o vice-rei.
Depois disso, a expressão tornou-se frase feita, dita de forma diferente pelo povo. Ela está registrada em Locuções Tradicionais do Brasil, de Luís da Câmara Cascudo (1898-1986).
OK
Durante a Guerra da Secessão, nos Estados Unidos, milhares de jovens soldados empenharam suas vidas e seus sonhos na defesa de alguns ideais patrióticos. Quando, após uma batalha, as tropas voltavam para o quartel sem qualquer baixa, ou seja, sem mortes, escreviam numa placa imensa: 0 killed (zero mortos).
A expressão foi se popularizando e, mais tarde, começou a ser utilizada para indicar que tudo está bem.
ENTRAR COM O PÉ DIREITO
A expressão surgiu no Império Romano e conseguiu se espalhar pelo mundo inteiro. Nas festas realizadas na antiga Roma, os convidados eram avisados de que deveriam entrar nos salões com o pé direito - dextropede. A medida, segundo os romanos, evitaria o agouro. Entre as personalidades brasileiras que disseram em público algo parecido está o nosso ilustre Rui Barbosa. Em discurso feito às vésperas da posse do marechal Hermes da Fonseca (1855-1923), disse a seguinte frase: "Que o novo presidente entre com o pé direito".
TEMPO É DINHEIRO
É uma regra do capitalismo. Frase que se encaixa na realidade atual e é bastante utilizada. A expressão é atribuída ao jornalista, físico, político e filósofo norte-americano Benjamim Franklin (1706-1790).
Relatos mostram que Benjamim - o inventor do pára-raios - pode ter se inspirado na obra do filósofo grego Teofrastos (372- 288 a .C.), que costumava dizer algo semelhante a "o tempo custa muito caro".
NÃO ENTENDO PATAVINA
Originou-se a partir de certos descuidos gramaticais do historiador romano Tito Lívio (59 ou 64 a .C.-7 d.C.), nascido em Pádua. A frase significa ignorância total sobre determinado assunto.
CADA POVO TEM O GOVERNO QUE MERECE
Costuma-se dizer essa frase quando se quer falar mal do governo, atribuindo os problemas ao povo que o escolheu. O autor, o filósofo francês Joseph De Maistre (1753-1821), foi um crítico da Revolução Francesa, inimigo das repúblicas e defensor das monarquias e do papa durante anos. No fundo, a expressão não critica os maus governos, mas sim aos responsáveis pela eleição de seus representantes. Por isso, cabe com perfeição aos regimes escolhidos por voto popular.
CUSTAR OS OLHOS DA CARA
Um costume bárbaro de tempos muito antigos deu início ao uso dessa expressão. Consistia em arrancar os olhos de governantes depostos, de prisioneiros de guerra e de pessoas que, por serem influentes, ameaçavam a estabilidade dos novos ocupantes do poder. Pagar alguma coisa com a perda da visão tornou-se sinônimo de custo excessivo, que ninguém poderia pagar. Um dos primeiros a registrar o dito foi o escritor romano Plauto (254- 184 a .C.), numa das 130 peças de teatro que escreveu. Depois disso, a frase tem servido para designar preços exagerados em qualquer relação comercial.
É DO TEMPO DO ONÇA
Essa frase é da época do capitão Luís Vahia Monteiro, governador do Rio de Janeiro de 1725 a 1732.
Seu apelido era Onça. Numa carta que escreveu ao rei Dom João VI, Onça declarou que "Nesta terra todos roubam, só eu não roubo". Houve uma época em que o governador foi apelidado de virgem no bordel. A frase é do tempo do Onça é utilizada para aludir a um tempo muito antigo e que mantinha certos preceitos não mais utilizados na própria época.
PAGAR TINTIM POR TINTIM
No fim do século 19, a peça Tintim por tintim era estrelada por uma atriz portuguesa que fazia 18 papéis. Fez sucesso nos teatros do Brasil e falava sobre o desejo de vingança.
PARA INGLÊS VER
Dita pela primeira vez em 1808, quando a família real chegou ao Brasil (ainda colônia). Essa frase tornou-se chavão na língua portuguesa. Durante recepção preparada por dom João VI (1767-1826), comentou-se que aquela festividade demonstrava aos ingleses, aliados e protetores dos portugueses, que os brasileiros os recebiam calorosamente.
VEM QUENTE QUE EU ESTOU FERVENDO
Frase de uma das mais famosas músicas de Erasmo Carlos.
FUCK (termo chulo da língua inglesa que se refere à cópula)
Há muito tempo, o rei da Inglaterra tentou controlar a taxa de natalidade. Determinou por força de lei que não se poderia fazer sexo sem o consentimento real (a tal lei não se aplicava aos membros da família do nobre). Os que conseguiam a permissão recebiam uma placa, que deveria ser colocada à porta enquanto realizavam a façanha. A placa que permitia o sexo dizia "Fornication Under Consent of the King". O consentimento do Rei começou a ser popularmente conhecido com as iniciais das palavras que compunham a placa (F.U.C.K.).
DE ONDE VÊM AS PALAVRAS FULANO, BELTRANO E SICRANO?
Fulano vem do árabe fulân - "tal". No espanhol do século 13, fulano era usado como adjetivo, mas depois tornou-se substantivo para designar algo que não sabemos o nome. Beltrano veio do nome próprio Beltrão, muito popular na Península Ibérica por causa das novelas de cavalaria. A terminação em ano veio por analogia com fulano. Sicrano tem origem misteriosa.
DEIXAR AS BARBAS DE MOLHO
Na antiguidade e na Idade Média, a barba significava honra e poder.
Ter a barba cortada por alguém representava uma grande humilhação.
Essa idéia chegou aos dias de hoje nessa expressão, que significa ficar de sobreaviso, acautelar-se, prevenir-se. Um provérbio espanhol diz que quando você vir as barbas de seu vizinho pegar fogo, ponha as suas de molho.
Desconheço quem fez essa coletânea*
Nenhum comentário:
Postar um comentário